Está precisando desestressar e de quebra aprender um pouco mais sobre a nossa cultura? Então pense em uma viagem de total desconexão e imersão na natureza! Agora junte as palavras cachoeira, gastronomia e história na mesma frase… Prontinho! Você tem na mão um fim de semana de paz e equilíbrio.


Prepare-se para desconectar, o sinal de celular e internet quase não pega por lá
Foi assim comigo quando fiz a vivência de dois dias no Quilombo da Fazenda com a Plana Turismo. Reconhecida como remanescente de quilombo em 2005 pela Fundação Palmares, a comunidade é formada por diversas famílias que vivem no sertão da Praia da Fazenda, região da Picinguaba, costa norte de Ubatuba, São Paulo.
Pra começar, o que são quilombolas?
São descendentes de africanos escravizados que mantém tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo dos séculos.
Onde fica exatamente essa fazenda?
Ela está localizada na estrada de terra no km 14 da estrada Rio-Santos. Como disse acima, na altura da Praia da Fazenda, em Ubatuba. De São Paulo dá 4 horinhas de carro.
Como funciona essa vivência?
A experiência dura dois dias (um fim de semana) e começa com uma conversa de boas vindas comandada por Seu Zé Pedro, 81 anos, um dos mais antigos membros da comunidade, exímio contador de histórias e da memória quilombola, que se funde à historia da cidade.
Ele nos contou que com o falecimento da proprietária, Maria Alves de Paiva, no ano de 1884, a fazenda ficou sob responsabilidade dos negros. Em seu testamento, Maria declarava o desejo de libertação dos escravos para que pudessem habitar algumas áreas da fazenda. E assim foi feito! 🙂
Em 1979, com a construção do trecho Ubatuba–Paraty da rodovia Rio–Santos, o quilombo foi anexado ao Parque Estadual da Serra do Ma.


Seu Zé Pedro (Foto: Renata Telles)
O que tem na fazenda?
São 48 horas mergulhada na cultura quilombola. Acordamos cedo, fazemos trilhas, nos refrescamos em cachoeiras, aprendemos sobre a fauna e flora do Parque Estadual da Serra do Mar com um guia local, participamos de uma oficina de artesanato (eles usam a a planta taboa para fazer esteiras e cestas), assistimos a uma roda de jongo (dança de origem africana praticada ao som de tambores) e nos deliciamos com a gastronomia quilombola.


Trilha fácil, em 10 minutos você chega na cachoeira (Foto: Renata Telles)
Paul, o pet da fazenda, nos acompanhava em todas as trilhas (Foto: Renata Telles)


Roda jongo, dança africana (Foto: Renata Telles)


Seu Venturante nos explicou todo o processo de colheita da taboa (Foto: Renata Telles)


Depois da taboa secar, ela vira uma palha e é usada para fazer cestas, tapetes.. Até que não fui tão ruim na aula, consegui sair com um porta-copos rs


A casa de artesanato com bolsas, cestas, colares… (Foto: Renata Telles)
As refeições estão inclusas?
Sim! O menu é elaborado pelas cozinheiras do quilombo e servida no restaurante localizado na Casa da Farinha. Tudo muito simples e caseiro. Parece comida de vó, sabe? No café da manhã experimentei o virado de banana, comi tapioca e bolo de fubá. No almoço e jantar o menu geralmente incluía arroz, feijão, omelete, frango, batatas, bananas fritas, aipim e a melhor salada do mundo (feita com o coração da bananeira – também chamada de umbigo).


Café da manhã com tapioca, virado de banana e bolo de fubá (Foto: Renata Telles)


Salada feita com o coração da bananeira (Foto: Renata Telles)


Comida caseira deliciosa (Foto: Renata Telles)
Onde fico hospedada?
A cada experiência uma casa de local é escolhida para os turistas dormirem. Os quartos são simples, mas confortáveis. Dividi uma casa com mais 5 pessoas. Olha que bonitinha! Me joguei na rede e assisti a um sunset incrível!


A minha casinha por dois dias (Foto: Renata Telles)


Sunset da varanda de casa (Foto: Renata Telles)
Paz e sossego (Foto: Renata Telles)
É só chegar lá e dizer que quero fazer a vivência?
Não! O Quilombo da Fazenda fica aberto todos os dias para visitantes que queiram almoçar no restaurante ou fazer comprinhas na Casa de Artesanato, mas se você quer dormir e vivenciar essa experiência é necessário entrar em contato com a agência Plana Turismo. A empresa é especializada no turismo de experiência.
As donas da agência, Liliane e Samanta, organizam tudinho para você. O pacote custa em torno de R$400 e inclui hospedagem, oficinas, trilhas e todas as refeições. A Plana Turismo também incentiva o sistema de carona, então se você não dirige (como eu) elas também organizam o meio de campo para te arrumar transporte.
A próxima vivência já tem data (dias 22 a 24 de março) e será especial: especialmente para mulheres em homenagem ao nosso mês!


Nosso grupo durante a vivência (Foto: Renata Telles)
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