Chefchaouen foi uma grande surpresa durante minha viagem ao Marrocos. Já tinha visto algumas fotos pela internet, mas viver o lugar é bem diferente ne? A cidadezinha, fundada em 1471, é puro charme, meio hiponga, com cantinhos especiais e uma vista espetacular para as montanhas.

Mas claro, o que mais me chamou atenção foram as casinhas azuis. TUDO, absolutamente, TUDO, tem esse tom (vielas,  lojas, ruas, prédios…). Não é a toa que Chefchaouen é conhecida como a Cidade Azul (achei até que fosse cruzar com algum Smurf… rs)

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Prepare-se para fotos instagramáveis

 

 

Mas por que diachos pintaram toda assim? O lugar ganhou essa cor pelas mãos da comunidade judaica nos anos 1930 (Chefchaouen virou refúgio deles) por 2 motivos: o tom reproduz a visão do paraíso and os corantes azuis, derivados de caracóis e mariscos, tingiam as vestes dos reis do Antigo Testamento. Apesar de hoje não ter quase nenhum judeu por lá, a cidade moderna preserva os atributos da antiga: praticamente todos ainda seguem essa tradição.

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A cidade tem muitossss gatinhos..  vontade de levar tudo rs (Foto: Renata Telles)

P.S: Dizem que a cor azul também afasta mosquito #ficaadica

O que fazer em Chefchaouen?

Sério, o bacana é se perder entre as vielas e escadarias azuis (prepare o fôlego rs). A cidade é bem pequenina e não há qualquer perigo (a gente sabe que em algumas partes do Marrocos é preciso ter cuidado), mas em Chefchaouen é tipo interior, você é muito bem recebida pelos marroquinos.

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Perca-se entre as vielas e escadarias

Em meio ao passeio, pare em uma barraquinha de sucos. São diversos sabores, eu AMEI o de romã (aliás, é que nem banana aqui, tem em todos os lugares e custa tipo R$5). No Brasil o preço é altíssimo.

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Prove o suco de romã (Foto: Renata Telles)

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Os sucos são deliciosos (Foto: Renata Telles)

Na praça principal da cidade, a Uta al-Hamman, é possível encontrar lojinhas de presentes, restaurantes e degustar o famoso chá com menta marroquino (aprovadíssimo, ainda mais se você for no outono e inverno, dá uma boa esquentadinha… rs)

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Por lá também visitei o Ethnographic Museum. O que tem lá de tão legal? Bem… sinceramente, o lugar é bemm simplório, ele abriga uma antiga prisão e fala um pouco das tradições marroquinas. Mas o que vale mesmo é subir uma torre e ver a cidade do alto toda azulzinha! O ingresso custa 60 dirham (cerca de € 6).

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Vista do museu (Foto: Renata Telles)

A cidade azul ainda é ponto de partida para conhecer a cadeia de montanhas do Rif, área de cume pouco elevado, com caminhos que dão acesso a cascatas, enseadas isoladas, bosques de cedro e pinheiros. Eu não tive a oportunidade de conhecer, fiquei apenas um dia por lá, mas se você tem tempo, curta Chefchaouen (chauen, em espanhol, significa “chifres”- referência ao formato de duas montanhas de onde se avista a cidade) por uns três dias. Os arredores montanhosos oferecem diversas trilhas e até lindos mirantes, de onde é possível admirar a paisagem do norte do Marrocos.

Os magos da cidade azul

Não leve um susto se der de cara com homens usando uma roupa com capuz que cobre todo o corpo. Parecem magos, bruxos, cheguei a lembrar do filme Senhor dos Anéis… rs Na verdade é a moda entre os marroquinos de lá e chama-se “djellaba”

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Magos que parecem ter saído de filmes… (Foto: Renata Telles)

 

Como chegar

O local fica a 110 km de Tânger (porta de entrada para quem vem da Espanha) e a 350 km de Casablanca (onde está o principal aeroporto de Marrocos). Foi por onde eu cheguei, passei em Rabat antes e de dali foram umas 2h30 de viagem (by car).

Eu viajei com toda segurança e estrutura! Como estava sozinha, fechei com a @viagemparamarrocoscompaula. Ela organizou todo roteiro, reservou Riads e até conseguiu um guia que falava em português para nos acompanhar (me juntei a um grupo de mulheres que também viajavam sozinhas).